Itapoá Tempo Presente
Quem somos
A semente deste projeto foi lançada quando a Thais Aguiar deu forma a um desejo de seus pais, Maria Helena Aguiar e Carlinhos Aguiar, de contar a História de Itapoá de uma maneira verdadeira, profunda e que pudesse inspirar a geração atual. Seria um presente deles para a cidade. Os produtos escolhidos como veículos de entrega desta pesquisa foram um filme documentário e um livro. E a data escolhida para finalização do projeto foi abril de 2024, mês em que Itapoá comemorou 35 anos da sua emancipação política.
Maria Helena Aguiar e Carlinhos Aguiar tem suas biografias entrelaçadas com a biografia de Itapoá, daí nasceu o desejo de financiar este projeto. E a Gaumen teve a sorte de ter sido a empresa incumbida de realizar esta tarefa. Falamos em sorte porque a Maria Helena e o Carlinhos foram os financiadores mais generosos que um projeto deste porte pode ter. Eles confiaram totalmente no que faríamos. Em nenhum momento fizeram exigências de contarmos isso ou aquilo, de entrevistarmos esta ou aquela pessoa. Nem mesmo tiveram acesso ao material que estávamos elaborando antes da pré-estreia (no dia 20 de abril de 2024). Para eles, o filme e o livro também foram surpresa. Maria Helena e Carlinhos, agradecemos demais pela confiança, obrigada!
Bom, missão dada, precisávamos executar. E começamos a desenhar um mapa de parcerias desejadas, um guia estratégico para orientar nossos passos. Buscávamos caminhos para a missão de contar uma história ainda não contada, uma história que sentíamos que seria incrível, mas que nos desafiava a abraçar o desconhecido e acreditar no resultado. Logo no início a coordenadora do curso de História da Universidade Tuiuti do Paraná, professora Viviane, se disponibilizou a ajudar e selecionou quatro pessoas, estudantes do curso de História, para nos auxiliar com a pesquisa histórica. As indicações foram ótimas, o quarteto parecia muito promissor, ficamos extremamente confiantes. Mas durante o percurso, 2 pessoas se afastaram, e duas se mantiveram até a finalização da pesquisa, Andrey Brizola Hamann e Matilde Almeida da Silva, tudo começou com a pesquisa que vocês encabeçaram!
E na pesquisa permanecemos por longo tempo, na verdade eu acho que ainda estamos pesquisando até agora, com o projeto pronto, seguimos pesquisando. Procurando evidências, revisando conteúdos, nos certificando de que não cometemos algum erro, checando se precisaremos corrigir algo, fazer uma errata etc. Falando nisso, temos uma errata para o livro impresso. Na página 65, trocamos o Leste e o Oeste do Meridiano de Tordesilhas, vamos corrigir para a segunda edição.
Em Itapoá, muitas foram as mãos estendidas, a então vereadora Belinha nos recebeu de coração aberto e nos apresentou a pesquisadora e artista plástica Neusa Lopes, que há algum tempo vinha fazendo pesquisas culturais com os moradores nativos. A Neusa colocou luz na contribuição preciosa dos moradores locais para ilustrarmos as teorias e encontrarmos respostas para perguntas que a bibliografia estudada não entregava. Um olhar pra lá de especial!
Com a pesquisa avançada, começamos a definir quais especialistas seriam importantes ouvirmos. Daí veio a etapa das pré-entrevistas. Nas pré-entrevistas avaliávamos como o especialista falava, se tinha brilho no olho, se os argumentos eram plausíveis, se conhecia os autores que considerávamos referência nos temas, e se tinha alguma relação de afeto com Itapoá. E nesta etapa descartamos algumas pessoas por não cumprirem nossos requisitos e elencamos outras tantas por cumprirem os requisitos com louvor!
Começamos a gravar o filme em setembro de 2023. Todas as entrevistas foram realizadas até o final de outubro. Depois fizemos apenas umas captações pontuais de imagens de cobertura. Feito isso o filme entrou em montagem. Montar um filme é escolher o que falar, como falar e quanto falar. É misturar todos os ingredientes e tentar conseguir um bom resultado.
Este foi um momento crucial, no qual tivemos que fazer escolhas. Escolhemos que o filme teria 1 hora, e quebramos a cabeça assistindo as mais de 20 horas de material gravado para extrair o mais interessante para a versão final. Viajamos de férias e levamos as gravações junto. Ficávamos trocando incontáveis mensagens sobre o filme e ajustando roteiro em meio aos passeios com a família. Quanto mais assistíamos o material gravado, mais tínhamos certeza de que tínhamos um grande filme!
E falando em grande filme... Não podemos deixar de mencionar que só conseguimos um resgate histórico tão precioso porque tivemos a fundamental contribuição de arqueólogos que se debruçaram sobre estas terras e foram a campo pesquisar antes de nós, os doutores Julio Cesar de Sá, Beatriz Ramos da Costa e Fernanda Borba nos revelaram camadas desconhecidas daqui.
Temos também os biólogos Gustavo Halfen, Lucio Machado e Martin Grigs que nos ampliam o olhar sobre a Mata Atlântica e o quanto somos responsáveis por mantê-la de pé. Ouvir este trio devia fazer parte da nossa rotina diária, como escovar os dentes! Eles são muito necessários.
O historiador Gleison Vieira, que de tão apaixonado por essa região, parece que está contando história de pescador. Quando ele fala daqui eu me pego pensando: “não é possível! Esse homem está me enrolando!” porque é tanto brilho no olho, tanta potência no discurso, que ficávamos desconfiadas e meio inebriadas...
Cada encontro, cada depoimento, cada descoberta, foi uma jornada de alegria, um frio na barriga, um êxtase. É uma riqueza, uma abundância de informações, que não sei se demos conta de entregar tudo. Deu vontade de pegar o material gravado e fazer uma série, porque é muita coisa legal para mostrar. Como foi bom ter seguido nossos instintos e ter realizado as entrevistas com estas pessoas! Uau!
Quando o filme já tinha uma forma, fomos para a lapidação do livro. Queríamos um material sólido, robusto, sério. Porém de leitura fácil, agradável, fluida. Tínhamos pilhas e pilhas de livros e autores de referência, mas precisávamos de um estilo de escrita que fosse capaz de manter o leitor conosco até o fim. Nesta etapa, com o documentário ainda precisando de ajustes, nós tivemos que nos dividir. Uma (Paula) foi se aventurar na escrita dos primeiros textos enquanto a outra (Thais) ainda lidava com finalizações do documentário. Logo depois, seguimos juntas, até concluirmos as últimas linhas. O livro traz um registro um pouco mais amplo do que o documentário, embora ainda possa ter inúmeras complementações.
Enquanto trabalhávamos na escrita do livro, o filme estava recebendo ajustes de cor, pela equipe de finalização e a trilha sonora e mixagem de som estavam sendo feitas pela equipe de design de som.
Escrita do livro concluída, partimos para a revisão, logo após veio o projeto gráfico e diagramação. De novo um trabalho de apurar o olhar, escolher as melhores imagens, definir como destacar partes importantes do texto, que fontes usar, que cores, que soluções. Gastamos umas madrugadas neste processo para atender ao prazo. Ficamos felizes de termos conseguido cumprir. Daí vem prova de gráfica, correções, ajustes, novo boneco. Ok final, entra em produção. Ufa!
A gente acredita que sempre que contamos uma história, estamos contando uma parte dela, a história toda ainda precisa ser descoberta!